Nosferatu: a imagem de uma Era

Em 1922, o cineasta alemão Friedrich Murnau adapta a obra de Bram Stoker – por motivos de direitos autorais – e a lança com o nome de Nosferatu, retomando a imagem do antigo vampiro horripilante e medonho anterior a literatura, para causar um impacto diferenciado.

Lembremos que os recursos da época, tais como película, cores (no caso, preto-e-branco), cenário, e dinâmica de produção influenciavam diretamente a construção da trama, criando os efeitos de impacto psicológicos necessários à caracterização de um filme do gênero Terror que é como geralmente são classificados os filmes sobre vampiros.

A screenshot of the 1922 film, Nosferatu.

Imagem do filme Nosferatu (1922)

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Nós e nossos Monstros

Os monstros somos nós do outro lado da tela.

Seres que amam como nós, mas têm medo de não serem correspondidos, pois sabem de antemão que não serão aceitos e que a verdadeira felicidade é repentina e, portanto, rara.

Nada é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos
Goethe

Enfrentar monstros é superar medos. É enfrentar a esfinge e deixá-la muda. Segundo Lutz Müller as “figuras amedrontadoras da fantasia humana” (demônios, diabos, bruxas, divindades más, figuras horrorosas e monstros) causam medos e sensações de perigo à personalidade humana.

Os medos representados em todos os tempos e em todas as culturas são arquetípicos, “são experiências universais básicas que determinam a vivência e o comportamento do indivíduo, tanto no presente como no futuro”.

Andree Guittcis as Nosferatus

Andree Guittcis como Nosferatus

O cinema de horror funciona como “catarse programada”, purga nossos medos em segurança. Para Luiz Nazário, em entrevista concedida a revista Superinteressante, “o monstro foi banalizado pela indústria cultural e deixou de (…) ser índice de transgressão, de porta-voz da diferença. O monstro já foi uma metáfora do outsider; hoje é um objeto de consumo”.

A repugnância e o encantamento que os monstros exercem atravessam séculos. Eles são a própria representação dos medos e perigos presentes na experiência humana, em nosso processo evolutivo. Todos nós expurgamos nossos medos e, ás vezes, eles ganham forma iconográfica.

Texto extraído da Revista Universitária do Audiovisual – O monstro, o cinema e o medo ao estranho de 15 de maio de 2012.

Nosferatus: A Ruína das Trevas (Resfest 2004)

O curta metragem de 2004, estrelado pelo artista brasileiro Andree Guittcis pode ser visto na íntegra através do youtube ou vimeo.

Selecionado para o Oitavo Festival Anual de Cinema Digital (RESFEST 2004) na categoria Shorts BR, o filme tem direção de Flavio Bekeredjian e foi inteiramente filmado em Super 8.

Nosferatus: RESFEST 2004

Nosferatus: RESFEST 2004